Memorial

Raridade: esse é o primeiro Estatuto da Associação Comercial de Lorena, com suas finalidades. Datado de 11 de janeiro de 1937 (data de sua fundação), o documento foi subscrito pelo seu presidente e fundador, Firmino Borges Escada.

E ali nascia oficialmente o sonho de Firmino Borges... o Clube que se tornou parte da história de milhares de lorenenses, ao longo dos últimos 85 anos!


A Associação Comercial de Lorena nasceu, oficialmente, em 11 de janeiro de 1937. Já a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da Associação aconteceu em 16 de julho do mesmo ano. É este o momento registrado nesta foto. Era o início da realização do sonho que Firmino Escada nutria desde 1930, de criar um clube ou associação na cidade.

Para a construção da sede social, em 24 de fevereiro de 1937, Firmino Escada adquiriu um imóvel na esquina da Praça Principal (na época, denominada João Pessoa) com a rua Major Oliveira Borges. Neste imóvel, funcionava o bar Central. Posteriormente, a sociedade começou a adquirir outros imóveis que faziam limites com aquele, localizado na esquina da Praça, para que houvesse espaço para a construção da sede social. Detalhe: a compra deste primeiro imóvel foi feita discretamente, pois havia certa rivalidade entre a nova Associação Comercial e o Esporte Clube Hepacaré. Por isso, Firmino Escada e os amigos temiam que alguém tentasse frustrar a venda, caso descobrisse que seria para a construção do novo clube.

No lançamento da pedra fundamental, Firmino Escada colocou a primeira colher de massa do alicerce. Estavam presentes (na foto, da esquerda para a direita): prof. Frederico da Silva Ramos, Atayde Villela Marcondes, Jarbas Otaviano de Araújo, Getúlio Machado Coelho de Castro, Francisco Pereira dos Reis, Salim Felix, Salatiel, Vicente Bevilacqua, Antonino Rosa Júnior, Rufino Batista Torres, "meninas" Ducilia Escada, Maria Luiza Ribeiro e mais uma não identificada, Antonio Borges Escada, Drumond (Horto Florestal), Mário Reis, Araújo, mais duas pessoas não identificadas, Artur de Castro Fernandes, Epitácio Santiago e Joaquim de Azevedo Figueira. No final de 1937, menos de seis meses após esse primeiro passo, o prédio já estava coberto e com algumas paredes totalmente revestidas, apesar das dificuldades financeiras da época.


Título número 1 do CCL, em nome de Firmino Borges Escada, fundador e primeiro proprietário do CCL.

Um de seus grandes amigos, o dentista e associado Pedro Leite, lembra como nasceu o nosso Clube: “Em 1935, houve eleição no Esporte Clube Hepacaré. O Firmino concorreu a presidente, mas não ganhou. Aí um diretor do Clube disse pra ele: ‘Você ganhou, mas roubaram seus votos, jogaram fora’. E foi então que ele decidiu: ‘Vou fundar um clube dos comerciários de Lorena’”.

Na esquina da Praça Arnolfo, onde hoje é o Banco Santander, funcionava o Bar do Chico Mineiro. Aquele era o local onde seria instalado o novo clube, imóvel comprado com o dinheiro da Associação Comercial da cidade, que o Firmino administrava. No total, ele tinha 59% das ações. Outros comerciantes da cidade entraram no negócio, para completar e adquirir o espaço.

E assim nasceu o Clube Comercial de Lorena, fundado por Firmino Escada, seu proprietário majoritário. Entre outras histórias, Pedro se recorda: "Lembro do dia que o Firmino doou o Comercial para a sociedade lorenense. Eu tinha entrado como sócio contribuinte em 1964 e, em 1966, fui convidado para ser diretor social. Nesse mesmo ano, se não me engano, o Firmino disse que queria fazer uma reunião com os 15 diretores. Na reunião, ele comunicou que ia doar o CCL à sociedade, porque tinha 59% das ações. E que já tinha feito Estatuto e até registrado em cartório. A maioria dos demais sócios do Clube nas ações concordavam com ele, mas alguns não. O Firmino disse que ia sortear um por um e, assim, pagaria a todos por sua parte. Foi muito bonito".

Pedro Leite lembra que a primeira eleição do Clube aconteceu na sequência da doação. Antes disso, era o próprio Firmino quem escolhia os membros do Conselho. Pedro se recorda que nesta primeira eleição, concorreram nada mais, nada menos que 89 candidatos ao Conselho Deliberativo. Pedro Leite estava entre os candidatos e foi o mais votado, com 353 votos.


Presidentes da Diretoria Executiva